Prefeitura quer ‘lixão vertical’


Prefeitura quer ‘lixão vertical’

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Jornal da Tarde

Prefeitura quer ‘lixão vertical’

Estudo que será entregue à Cetesb prevê a utilização por mais dez anos do depósito que está com a capacidade esgotada

EDUARDO REINA, eduardo.reina@grupoestado.com.br

A Prefeitura de São Paulo vai entregar à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) um estudo para elevar a vida útil do Aterro Bandeirantes, em Perus, Zona Norte, por mais dez anos. "A licença para uso do Bandeirantes expirou. Já foi atingida a cota de 150 metros de altura. Agora está sendo concluído novo estudo técnico para ampliar a vida útil, com verticalização", explicou Weber Ciloni, diretor do Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), órgão da Prefeitura que gerencia os serviços de limpeza urbana de São Paulo.

O objetivo é elevar a altura do depósito de lixo ou mesmo comprar uma área ao lado do Bandeirantes. "No começo de junho esse estudo será protocolado na Cetesb", disse Ciloni.

Pelo projeto, a ampliação será feita em três etapas. A primeira prevê sobrevida do aterro em um ano, o que deve manter o depósito praticamente como está até 2008. A segunda etapa estende o funcionamento por outros três anos e a última permite mais seis anos de vida útil, com encerramento em 2017. Depois, a concessionária Loga, que administra o lixão, deve ficar por mais 20 anos cuidando do local para evitar vazamentos e problemas ambientais.

Desde março, o local recebe apenas parte das 6 mil toneladas diárias de resíduos que antes eram despejadas. A maior parte do lixo coletado pela Loga na Capital é levada a um aterro particular, em Caieiras, na Grande São Paulo.

Moradores de Perus prometem realizar hoje manifestação em frente ao Limpurb, no bairro de Ponte Pequena, na região central. Vão protestar contra o projeto da Prefeitura de elevar a vida útil do aterro. "O aterro já está saturado. Não vamos admitir o prolongamento do funcionamento", disse Paulo Rodrigues dos Santos, coordenador do Movimento Perus Unido pela Qualidade de Vida. O bairro tem cerca de 180 mil habitantes. Os manifestantes prometem até interromper o trânsito na Marginal do Tietê.

Contrato

O presidente da Loga, Luiz Gonzaga Pereira, disse em depoimento na Câmara, dia 16 de maio, que a empresa foi proibida pela administração municipal de fazer novos investimentos, em 2005. Foi quando a Prefeitura decidiu revisar os contratos do lixo, cuja licitação concedeu à Loga e à EcoUrbis o direito de explorar a coleta. O documento, que pode ser anulado, foi assinado em 2004, vale R$ 10 bilhões, e duração de 20 anos.

A Secretaria de Serviços, responsável pelo contrato, informou que remunera hoje as concessionárias com base em preços 39% menores do que as tabelas definidas em contrato e muito abaixo dos valores praticados pelo mercado. Pelo contrato, as empresas seriam obrigadas a fazer investimentos, como novos aterros, centrais de triagem e coleta em favelas.

SEIS MIL TONELADAS DE RESÍDUOS POR DIA

O Bandeirantes, em Perus, é o maior aterro da Capital.

Aberto em 1979, ocupa uma área de 1,4 milhão de metros quadrados.

O local está com a capacidade esgotada.

Recebia diariamente 6 mil toneladas de resíduos.

Desde o início do ano, metade desse total já é desviada para um aterro particular em Caieiras.



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