Perus não tem hospital e as AMAs não tem médicos

Caos - Sem médico, AMA de Kassab deixa crianças na fila

Crianças doentes chorando, mães irritadas, salas de espera cheias e filas intermináveis de atendimento. Essa cena é comum na periferia de São Paulo, onde as AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), postos de saúde básica, sofrem com a falta de médicos, principalmente pediatras. Segundo usuários e funcionários, a situação piora a cada dia.

A reportagem do Agora visitou nesta semana 18 AMAs nas zonas sul, norte e leste da cidade (são 115 no total). Em pelo menos oito faltavam pediatras, sendo que em algumas as mães eram mandadas de volta para casa, já que não havia médicos. Mesmo nas unidades em que o quadro de profissionais estava completo, a demanda era grande, o que causava fila de espera.

O próprio prefeito Gilberto Kassab (DEM), ao explorar a criação das AMAs na eleição, afirmava que elas reduziriam as filas e acabariam com a falta de médicos na cidade.

Demissões, faltas
A situação mais caótica era na AMA Parelheiros, extremo sul da cidade. Ontem de manhã, nenhum dos três pediatras tinha ido trabalhar. "Um deles pediu demissão semana passada porque foi agredido pela mãe de uma criança. Ele era muito bom", lamentou uma funcionária, que pediu para não ser identificada.

Cerca de 50 mães aguardavam atendimento às 12h30. "Meu filho está muito resfriado, com febre e tosse. Ele é alérgico. Não posso dar qualquer remédio", disse a dona de casa Josefa Torres, 37 anos, com o filho de seis anos.

Segundo funcionários, a coordenação conseguiu um pediatra que chegaria às 13h.

Nos postos City Jaraguá e Elísio Teixeira Leite, ambos no Jaraguá (zona norte de SP), o atendimento para pediatria, anteontem, acabou às 13h. Os funcionários avisavam os usuários que só haveria médico no dia seguinte. "Saí do serviço para trazer meu filho aqui. Ele está com dor de estômago e vomitando. Agora me mandaram para o hospital de Taipas. Não tenho como ir", reclamou a costureira Isabel Roque Moreira, 50 anos.

Em muitas unidades, o atendimento fica prejudicado pela ausência de médicos. Geralmente, o quadro é formado por dois pediatras. Quando um falta, o outro não consegue dar conta da demanda. "Na maioria das vezes somos avisados da falta assim que a AMA abre. É muito difícil conseguir um médico rápido. O pessoal não gosta de vir para a periferia", afirmou a gerente de uma unidade, que não quis se identificar.

No posto do Jardim da Conquista 3 (zona leste de SP), havia cerca de 40 pessoas esperando pela consulta, por volta das 12h de ontem. Apenas um pediatra fazia o atendimento clínico. "Aqui demora de quatro a cinco horas para ser atendido", disse uma moradora que estava na fila.

Fonte: Jornal Dia a Dia , Aline Mazzo e Gilberto Yoshinaga do Agora



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1 comentários:

  Samanta

3 de junho de 2014 às 16:30

Não aguento mais o AMA de Perus, nunca tem médicos, e na parte que marca consultas também nunca tem vagas. Minha filha tem 1 ano e só passou no médico umas 3 vezes.