Especialista condenam a nova portaria e apontam riscos para o aprendizado. São 35 crianças para um professor nas escolas municipais
Como a quantidade de creches municipais disponíveis na capital paulista não está mais conseguindo suprir a necessidade da população, a prefeitura de São Paulo decidiu adotar uma nova política. Por meio de uma portaria, cerca de 48 mil crianças de apenas três anos, que antes ficavam em creches, agora estudam nas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis).
A mudança é extremamente criticada primeiro porque a estrutura das creches é completamente diferente. E de acordo com Maria Letícia Nascimento, especialista em educação infantil, a troca inviabiliza a atenção que a criança merece.
"Vemos que as salas de Emei podem ter, pela portaria da prefeitura, até 35 crianças cada, com um professor. Fico me perguntando até que ponto um professor da conta das necessidades de 35 crianças em uma sala onde vão ter muito mais dificuldades de movimento e de ter suas necessidades atendidas do que de creche", lamenta.
A professora Maria Letícia Nascimento explica que a Faculdade de Educação da USP só entrou na discussão porque foi convidada pelo Ministério Público a dar um parecer sobre o caso.
Um inquérito civil foi instaurado para avaliar qual estrutura educacional é indicada para o atendimento à criança com três anos. O objetivo do MP é descobrir se a superlotação e o acúmulo de funções por parte do professor prejudicam a evolução do ensino.
Quando questionada sobre as razões que poderiam justificar a portaria, a doutora Maria Letícia Nascimento desabafa: "É muito difícil para um especialista na área acreditar que essa portaria tenha sido feita por alguém que entenda de criança pequena".
Fonte: Anselmo Massad - Rede Brasil
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