Rodoanel sobre lixão e Caieiras vira lixão

O Trecho Sul do Rodoanel, em Mauá, vai passar por cima de um antigo lixão industrial clandestino que ocupava 8.000 m² no Parque São Vicente. O aterro foi descoberto em julho de 2008 durante escavações da obra.

A menos de três metros da superfície foram encontradas 57 mil toneladas de areia de fundição (geralmente contaminada por metais pesados como cobre e chumbo), além de plásticos, borrachas e entulho.

Não se sabe como a areia foi parar nas margens da Avenida Papa João XXIII, altura do número 4.250, quem é o autor do descarte nem há quanto tempo o lixo estava armazenado no local. O certo é que o material é utilizado por indústrias na moldagem de peças metálicas.

Para técnicos da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a areia encontrada no trajeto do Rodoanel, mesmo impregnada por graxa e óleo, é de classe 1 e, portanto, não pode ser considerada perigosa.

A professora de toxicologia do curso de Ciências Farmacêuticas da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Irene Videira de Lima rebate a classificação do órgão e diz que toda substância pode ter uma toxidade que possivelmente implica em efeitos negativos à saúde e ao meio ambiente.

"Nenhuma substância é inócua, todas vão causar um efeito, mas isso vai depender das condições da exposição e do contato", explica Irene. O contato prolongado com a graxa, por exemplo, pode causar dermatite (inflamação da pele) e no meio ambiente, água e solo ficam prejudicados.

"Óleo e graxa podem criar um filme, uma película sobre os lençóis freáticos, e também impossibilitar a troca da gases e nutrientes do solo", diz a toxicologista.

Segundo a Cetesb, o afastamento do lixo do local é o bastante para garantir a segurança dos moradores e futuros motoristas que passarão pelo lugar e, por isso, não é necessario remediar o terreno.

A maior parte dos resíduos foi levada para o município de Caieiras, no Interior, onde há um aterro próprio para descarte de lixo industrial. Outra porção da areia ainda aguarda ser retirada.

O material foi achado pela empreiteira responsável por construir o Rodoanel Sul. Em 18 de julho, a Cetesb foi acionada, vistoriou o local e constatou a presença dos resíduos industriais.


Fonte: Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC



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